No começo do século XX, a Finlândia era um dos mais pobres e insignificantes países europeus, oprimido pelos políticos de Moscou. Era o fim do mundo, cheio de lagos e florestas, uma sociedade agrícola e atrasada que tinha fronteiras mal definidas. Hoje esse país nórdico continua no mesmo lugar, na esquina nordeste da Europa, mas é uma extensão do estado de bem estar social da Escandinávia, próspera, incorruptível e moderna.
Arborizada e super organizada, Helsinque (Helsínquia em português europeu), a capital do país, é um convite a grandes passeios a pé com seus amplos espaços públicos, muitos parques e vida portuária bem agradável, mas com habitantes conhecidos por sua timidez. A presença do grande arquiteto Alvar Aalto é sentida em alguns edifícios, mas o grande ícone local é o Tuomiokirkko, a igreja luterana que domina a praça do Senado, projetada por Carl Ludvig Engel, esta construção traz um certo ar eslavo, reflexo da época de sua construção, completada em meados do século XIX, quando boa parte da Finlândia estava sob domínio russo. Logo à sua frente está a estátua do imperador russo Alexandre II e uma ampla e disputada escadaria, um dos pontos de encontro favoritos da cidade.
Dali são poucos passos para a Catedral Ortodoxa Uspensky e sua paredes de tijolo vermelho, outro símbolo local. Se a fome já bater, passe na praça do mercado Kauppatori, com barraquinhas oferecendo paellas, sopa de salmão e bolinhos de bacalhau. Com o tempo ruim ou não, entre no kauppahhalli, o mercado coberto com ingredientes maravilhosos e mais opções para um lanche rápido. Perca-se por entre as ruas que cruzam o Esplanade Park, o centro social e comercial da cidade, antes de pegar o rumo da avenida Mannerheimintie, onde localizam-se o museu de arte moderna Kiasma, o museu nacional Kansallismuseo, a elegante casa de concertos Finlandia Hall e o imponente prédio que abriga o Parlamento. No final da grande avenida encontra-se o Estádio Olímpico, sede das competições de atletismo dos Jogos de 1952.
Próximo dali está o Parque Sibelius, uma agradável área verde construída em homenagem ao célebre compositor. Outro orgulho dos finlandeses é a ilha-cidadela de Suomenlinna. Fortificada no século XVIII pelos suecos, então senhores da região, era uma proteção estratégica contra os hostis russos que rondavam o Golfo da Finlândia. Listada como Patrimônio da Humanidade da Unesco, um passeio por aqui merece pelo menos meio dia.
Com o tempo quente e bom, faça um piquenique com sanduíches de salmão defumado e uma cerveja Lapinkulta pelas muitas ilhas e praias da região. Quando o tempo esfriar, o negócio é frequentar restaurantes, bares e cafés bacanas como o Kappeli, Café Esplanad e Juttuppa, antes (ou depois) de assistir uma partida da equipe de hóquei local, o Jokerit, no moderno Hartwall Areena e para terminar seja espancado com ramos de bétula dentro de uma sauna (outra paixão nacional) a 80º C antes de mergulhar numa piscina gelada. A Finlândia pode até ser o fim do mundo, mas as pessoas sabem como se divertir.
Talvez agora me faça sentido toda a timidêz dos moradores de Helsinque, timidêz esta que é totalmente falsa, eles só estavam tentando manter a sua cidade como um segredo para o resto do mundo. Atreva-se também a desvendar este segredo.
Como chegar:
A partir do Brasil: Atualmente não existem voos diretos entre o Brasil e a Finlândia. Os brasileiros que desejem visitar este país terão obrigatoriamente de fazer uma escala em uma das capitais europeias antes de chegar ao destino final. Os cidadãos brasileiros não precisam de visto para viagens com fins turísticos que não excedam mais do que 90 dias e que não incluam atividades remuneradas. É necessário somente ter passaporte válido até o término da viagem.
A partir de Portugal: A TAP oferece voos diretos entre Lisboa e Helsinque. Sendo a Finlândia um dos países que assinaram o acordo Schengen faz com que os portugueses não necessitem de visto e nem sequer de passaporte para visitar o país, bastando apresentar o bilhete de identidade.
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