Depois da minha chegada conturbada a Sofia, resolvi que era melhor deixar o incidente para trás, tratar de conhecer a cidade e aproveitar o meu 26º país visitado. A primeira dica que posso dar é para não deixarem de participar do passeio a pé pela cidade organizado pelo Free Sofia Tour. Os passeios acontecem 2 vezes por dia, às 11 da manhã e às 6 da tarde. Este passeio é considerado pelo site Tripadvisor como uma das melhores atrações de Sofia e o mesmo é aprovado pelo serviço de turismo da Câmara Municipal de Sofia. O tour é organizado por guias de uma organização sem fins lucrativos, sendo sem sombra de dúvida uma maneira educativa e divertida de ter uma primeira introdução da cidade e seus milhares de anos de história.
Sofia é de longe uma das capitais europeias mais compactas, facilitando que seja conhecida a pé, embora seja uma das capitais menos conhecidas pelos viajantes, o que é uma pena, pois estão sem dúvida a perder algo bastante especial. Sofia possui uma dinâmica jovem, é uma cidade vibrante, apesar de pequena, é como se estivesse a muito tempo adormecida no seu torpor e que de repente resolveu acordar para ocupar o seu espaço como mais uma confiante e cosmopolita capital europeia.
O sentimento de ocidentalização é sentido mas fica dispersado entre igrejas ortodoxas, mesquitas otomanas e monumentos do exército vermelho ao melhor estilo soviético, mas nos dias de hoje eles partilham o skyline com shopping centers, hotéis de 5 estrelas e os melhores bares, restaurantes e discotecas que o país pode oferecer.
Um bar a não perder é o Hambara, muito pouco conhecido entre os visitantes, este bar é um segredo muito bem guardado dos locais. Se houvesse uma eleição do lugar mais escondido da cidade, este bar sem dúvida seria o vencedor. Para entrar no bar é preciso tocar uma campainha, a porta abre-se, lá dentro o ambiente é totalmente escuro, iluminado somente por algumas centenas de castiçais de velas, o ambiente não poderia ser mais acolhedor, apesar da aparência velha e desleixada. No passado o bar foi um reduto de intelectuais e só poderia por lá os pés se conhecesse as pessoas certas. A porta estava sempre trancada, independente de quão forte você batesse nela, esta só abria se você soubesse as palavras corretas. Durante a transição do comunismo o lugar foi aberto ao público mas mesmo hoje em dia o dono se recusa a criar um site na internet para promover o lugar. Conheci este lugar através de um novo amigo que havia recentemente feito em Sofia e posso dizer que o lugar é definitivamente digno de uma visita.
Mas continuamos, desse modo, embora não seja grande, Sofia não deixa de ser uma cidade interessante de ser conhecida, historicamente e culturalmente falando há muito para manter os visitantes ocupados por alguns dias. Museus, galerias de arte, teatros, restaurantes conceituados, estão todos lá. A cidade é especialmente barata para uma capital europeia. Sofia é ainda surpreendentemente verde, há muitos parques e uma estação de ski e trilhos para caminhadas aos seus pés no monte Vitosha.
A cidade desenvolveu-se muito nos últimos anos mas apesar do elevado número de boutiques e hotéis conceituados que abriram nos últimos tempos ainda é uma cidade cheia de diferenças sociais, longe da Europa que estamos acostumados a ver. Há pessoas a pedir nas ruas, e as estatísticas indicam que a Bulgária é um dos países mais pobres da União Europeia, o salário médio por lá não ultrapassa os 350€ e há um grande caminho pela frente para alcançar o nível de desenvolvimento de outras capitais europeias. Apesar disso seu povo possui muita esperança no futuro e esperam que Sofia seja em breve uma das mais novas capitais da Europa a entrar para o circuito da moda dos viajantes.
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