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Saturday 12 December 2009

Palácio de Versalhes

Palácio de Versalhes - Portão de Entrada

 

Palácio de Versalhes - Fachada

 

O Palácio de Versalhes não cabe no visor de uma máquina fotográfica comum. Percebo isso logo ao cruzar o enorme portão por onde passam mais de 3 milhões de visitantes por ano, e encontro com dezenas de pessoas andando na direção contrária à minha, só que de costas, à procura de um ângulo para enquadrar por inteiro o maior palácio do mundo.
A grandiosidade de Versalhes, com seus 1300 cômodos e 160 mil metros quadrados de área construída, também está longe de caber em um dia de visita. Alguém que dedicasse três minutos a cada um dos salões e aposentos suntuosos do castelo levaria nada menos do que 65 horas, quase três dias inteiros, para percorrer todas as instalações onde o rei Luís XIV e a rainha Maria Antonieta viveram até a Revolução Francesa, em 1789. Sem contar, naturalmente, os magníficos jardins que circundam essa construção principal e ocupam uma área de 8 milhões de metros quadrados, ou 800 hectares.

 

Palácio de Versalhes

 

Assim, o melhor é dividir o tempo de visita a Versalhes entre o chamado circuito obrigatório, que inclui o Salão dos Espelhos, o Salão das Batalhas, a Capela Real e os aposentos do rei e da rainha, um passeio pelos jardins e tudo aquilo que suas pernas aguentarem caminhar, sem exageros. Comece pelas salas mais suntuosas, que ficam na parte central do palácio, conhecida como château, e não hesite em alugar um fone com a descrição gravada do que você vai ver.

 

Palácio de Versalhes - Aposentos da Rainha

 

Palácio de Versalhes - Aposentos do Rei

 


O Salão dos Espelhos já é quase um palácio. Com 73 metros de comprimento, 10,5 metros de largura, 12,3 metros de altura e uma das paredes tomada por dezessete espelhos imensos, passa aos visitantes a ilusão de ser ainda maior e mais luxuoso do que realmente é. Logo ao lado dele estão os aposentos do rei e da rainha. Neste último, ricamente decorado com mobília dourada e entalhes em pedra e madeira, as rainhas da França costumavam dar à luz na frente de toda a corte. Foi nesse mesmo quarto que a multidão revoltada entrou para capturar Maria Antonieta durante a Revolução Francesa, em 1789, mas ela, ajudada pela imensidão de Versalhes, conseguiu se refugiar no quarto do marido e adiar a prisão até a manhã seguinte.

 

Palácio de Versalhes - Salão dos Espelhos

 

Palácio de Versalhes - Salão dos Espelhos

 


Quatro anos depois, o casal real seria decapitado em Paris e Versalhes passaria a ser apenas o símbolo da mais absoluta das monarquias. Construído sobre uma área pantanosa,o palácio, destinado a ser o maior do mundo, era a expressão máxima do delírio de seu construtor, Luís XIV, o Rei-Sol.

 

Palácio de Versalhes - Jardim

 


Versalhes começou a nascer nos jardins projetados pelo paisagista André Le Nôtre. Para transformar o imenso pântano em bosques, cercas vivas, lagos e fontes, foi necessário o trabalho de 20 mil homens entre 1661 e 1664. Marca registrada do estilo de Le Nôtre, os jardins formais trazem arbustos cuidadosamente aparados compondo verdadeiros desenhos geométricos. Assim que ficaram prontos, o Rei-Sol deu a primeira de suas festas de arromba. Batizada de Prazeres da Ilha Encantada, a festança durou uma semana e teve torneios, dos quais o rei participava, balés, concertos, banquetes e a apresentação da peça La Princesse d´Elide, de Molière,  escrita especialmente para a ocasião. O ponto alto foi o desfile do rei, montado em seu cavalo com arreios de ouro com brilhantes. O pajem vinha atrás, carregando o escudo com emblema do sol. Foi a primeira vez que Luís XIV comparou-se publicamente a Apolo, o deus do sol.

 

Palácio de Versalhes - Estátua do Rei Luís XIV

 


A festa marcou o começo da era Versalhes da história da França. O château começou a ser construído em 1668 e as enormes alas norte e sul ficaram prontas em 1678. Quatro anos depois, Luís XIV e a rainha Maria Tereza mudaram-se para lá. Por mais de um século, centenas de nobres embriagaram-se em festas nababescas, concertos de música e tudo de melhor. O palácio chegou a ser habitado por 20 mil pessoas e os jardins eram mantidos por 400 jardineiros.

 

Palácio de Versalhes - Jardim

 


Hoje são somente 52. Mas as carruagens ainda circulam por lá, embora não mais com nobres mas sim com turistas boquiabertos com as belezas do lugar. Como tudo em Versalhes é muito grande e exige muita disposição para bater perna, o passeio de carruagem é a maneira mais confortável para se conhecer os refúgios reais no meio do bosque, como o Petit Trianon, lugar preferido de Maria Antonieta, e o Grand Trianon, para onde Luís XIV gostava de escapar com a amante.

 

Palácio de Versalhes - Bosque

 


O ouro e a ostentação de Versalhes são tão exagerados, que podem até cansar os visitantes. São tantas esculturas, tantos afrescos belíssimos, tanta mobília dourada, que ao sair do palácio é possível entender o exato motivo da Revolução Francesa. Os mais radicais podem até achar que a guilhotina foi pouco. Os mais ponderados dão graças a Deus pela Revolução e as guerras terem poupado esse que é o maior monumento à monarquia absolutista do mundo. Em tempo, o melhor ângulo para tirar aquela foto que todos tentam, logo na entrada, é dos jardins. O palácio visto de lá cabe, sim, no visor da máquina fotográfica, mas fica parecendo uma miniatura.

 

COMO CHEGAR:

 

Para chegar a Versalhes é simples, a maneira mais fácil é ir de trem (comboio), para isso basta ir até uma estação do RER C e apanhar um dos trens com destino final a estação Versailles Rive Gauche (trem chamado VICK) e descer nesta última estação. Devido a semelhança de nomes tome cuidado para não descer na estação Viroflay Rive Gauche, vi várias pessoas a cometerem este erro.

 

Dependendo da estação que se apanha o trem em Paris a viagem pode durar de 30 a 40 minutos e o custo de cada viagem a partir de Paris é de 2,90€. Ao chegar na estação final basta seguir as placas de sinalização que te levarão até o palácio numa curta caminhada.

 

A visita ao esplêndido jardim do Palácio de Versalhes é gratuita e deve obrigatoriamente ser feita. Para visitar o interior do palácio o bilhete tem o custo de 15,00€.

 

Obs: Os valores acima mencionados são referentes a dezembro de 2009, para informações mais atualizadas visite o site oficial do Palácio de Versalhes e também o site Paris By Train.

2 comments:

Marilene said...

Realmente existem maravilhas neste país... mais uma vez eu digo:

não dá para imaginar que exista lugares tão bonitos!!!

Unknown said...

Pois é verdade. A Europa toda é cheia de lugares maravilhosos.
A cada país que visito fico mas admirado com tudo neste continente.