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Saturday 27 March 2010

Por que viajamos?

Por que viajamos?

 

 

Dia desses durante uma conversa com um amigo no Brasil através do MSN ele me perguntou: Por que viajamos?
Naquele momento não me faltaram argumentos mas depois da conversa terminada fiquei com a pergunta na cabeça e a analisar tal indagação mais profundamente.

 

Aparentemente nós não precisamos viajar. Em eras passadas somente poucas pessoas viajavam, tão poucas que eram conhecidas por seus nomes. A cem anos atrás a maioria da população do nosso planeta nunca havia se aventurado a mais de 100km de suas casas.

 

Ao meu ver, viajar está intrinsicamente associado com a expansão da consciência. Toda viagem é uma viagem interior, uma maneira de descobrir mais a nós mesmos. Os acomodados ficam em casa, as pessoas curiosas e brilhantes viajam. Pense no italiano Marco Polo, com o desejo ardente de ver terras distantes e pessoas exóticas, então pense no resto da população de Veneza naquele mesmo tempo, contentes em estar onde estavam e no máximo apanhavam uma gôndola para visitar uma ilha vizinha. Marco Polo alimentava seu desejo respondendo a si próprio sobre sua ânsia de novas aventuras pelo mundo afora e fazendo isso contribuiu com seus conhecimentos adquiridos durante as viagens para com o resto das pessoas.

 

Como uma espécie, eu acredito que nós estamos em um período de tremenda expansão de consciência e auto-descobrimento. No último ano 600 milhões de pessoas entraram em aviões e sobrevoaram a superfície da terra, isto é um décimo da raça humana. Se você também vê o ato de viajar como uma experiência interior, pessoal, isto significa que mais e mais da nossa espécie estão em jornadas de auto-descobrimento. Nós estamos descobrindo quem nós somos e o que estamos fazendo aqui e nós estamos fazendo isso em números largos e em uma velocidade espantosa.

 

Por que viajamos? Para encontrar a nós mesmos, penso eu. Viajar é muito mais uma experiência interior do que exterior. Viajar é uma grande metáfora para embarcar numa jornada emocional, psicológica e de crescimento espiritual. Sendo nós essencialmente materialistas uma viagem física nos faz entender melhor o processo interno dentro de cada um de nós quando estamos fora de nosso lar, fora de nossa zona de comforto.

 

Quem nunca voltou para casa depois de uma viagem com o sentimento de ser uma pessoa mais completa, mais consciente do mundo onde vivemos, mais tolerante com as diferenças. Uma viagem é como a jornada da vida em miniatura. O simples fato de ir é um grande passo para descobrirmos algo sobre nós mesmos, algo do qual nós não sabiamos. Os encontros que acontecem em nosso caminho são jóias de conhecimento, auto-conhecimento.

 

Por que viajamos? Nós viajamos para completar a nós mesmos, tornarmos pessoas melhores, aperfeiçoarmos. Nós precisamos das viagens para entender como todas as peças de nossas vidas se encaixam. Toda vez que viajamos esta é também um viagem interior e visto desta maneira, toda viagem é uma experiência espiritual, todo destino de viagem é um lugar sagrado porque toda terra que pisamos é uma terra santa.

 

Que todas as suas viagens sejam iluminadas com o caminho do auto-conhecimento.

8 comments:

Unknown said...

Fala Neimar!

Parabéns pelo post!


Abraços
Denis

Unknown said...

Obrigado Denis!

Unknown said...

viajou no post!! hehehe
brincadeira!
achei lindo!
Concordo com você, viajamos para conhecermos a nós mesmos e aceitar as diferenças!
Sai de casa, peguei o metrô até a estação tatuapé, peguei um onibus até Guarulho, um avião até Salvador, um onibus até Lençois, um carro até a cidade de Capão e lá comi a única pizza integral da minha vida! No dia seguinte, na mesma cidade, fui de carro até o pé da montanha, subi por 2 quilometro, andei por mais 4 quilometros numa planice e vi a Cachoeira da Fumaça, um dos lugares mais incríveis que já vi. E tudo isso pra que?
Pra tomar um café com os passarinhos no alto da montanha e ao lado de uma das cachoeiras mais altas do país?
Pra ver que a chapada diamantina do alto?
Pra sentir na pele que um clima seco não produz arvores altas o suficientes para me protegerem do sol?
Há coisas na vida que não tem preço, mas pra essas tem, é caro mas vale a pena pagar!

Michelle Siqueira said...

Concordo com tudo, Neimar. Fazer este tipo de reflexão publicamente induz as pessoas a refletirem também. O assunto é extenso e agradável, afinal só não gosta de viajar quem não viaja. E só não viaja, hoje em dia, quem não quer.

Abraço e bom feriadão.

João Gabriel S.Trindade said...

Muito bem dito, Neimar. Como filósofo, ou melhor, como eterno estudante de Filosofia, devo dizer que este é o tipo de pensamento que realmente vale a pena. Recorrer às mais profundas raízes de nosso ser nas mais distantes terras é a primeira resposta para alcançar a verdade existencial que tanto buscamos. Grande abraço e obrigado pelo post.

Unknown said...

Olá João!
Obrigado pelo comentário, vindo de um filósofo como tu é ainda mais gratificante.
Grande abraço e depois me conta da sua viagem.
=)

cotrimus said...

Neimar, você conseguiu falar de forma muito clara sobre um tema tão subjetivo, tão experimental, parabéns!
Vou indicar ele no twitter.
Grande abraço e boas viagens pra vc!

Unknown said...

Obrigado pelo comentário e pelo twitt do meu post.
Valeu!!! Boas viagens para ti também.