Évora – A joia do Alentejo

No coração do Alentejo, dominada por searas, pastagens, vinhas e olivais, Évora é uma das cidades mais ricas e diversificadas em patrimônio de Portugal, fruto da sua privilegiada localização geográfica, que ditou que aí se fixassem diversos povos em diferentes épocas. Em Évora conservam-se testemunhos da pré-história, provas suficientes para a considerarem a Capital do Megalitismo Ibérico.

Também a ocupação romana manteve aqui um centro vital para o seu florescimento peninsular. Do passado árabe, do qual pouco restou, as marcas mais visíveis encontram-se na arquitetura popular e na gastronomia. A formação da nacionalidade dá lugar a construção de inúmeros conventos, espaços de fé onde se criaram alguns dos mais famosos doces regionais, e singulares palácios, fruto do poder e da riqueza que a cidade soube manter ao longo dos séculos.

Évora é atualmente uma região de excelência para a prática de esportes, caminhadas e passeios a descoberta das suas magníficas paisagens e de uma natureza bem preservada. Classificada como Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 1986, a apelidada “Cidade Branca” e também “Cidade-Museu”, Évora deslumbra os seus visitantes com o seu exuberante conjunto arquitetônico e artístico.

Igrejas monumentais, praças históricas, o casario branco e as estreitas ruas medievais convidam a descobrir uma cidade que é sinônimo do caldeirão de culturas que por lá se estabeleceram, que deixaram marcas indeléveis e estão na origem da identidade portuguesa.

Dos romanos aos árabes, dos judeus aos cristãos, todas as suas tradições e expressões estão aqui bem presentes e integradas. Antiga residência de reis e centro do império, impulsionadora das artes e das ciências, terra de elites, de populares e religiosos é hoje uma Évora dinâmica, contemporânea, cosmopolita e hospitaleira, que convida o visitante a sempre voltar.

O QUE VISITAR:
Partindo da Praça de Giraldo recomendo subir até ao antigo Fórum Romano, um local pleno de história onde se situa o famoso Templo Romano, imagem de marca da cidade e um dos mais bem preservados da Península Ibérica. Construído no século I d.C., estava consagrado ao culto imperial e não a deusa Diana, crença seiscentista que se manteve durante muito tempo. Segundo estudos mais recentes, o Templo estaria rodeado por um pórtico e um espelho de água.

Em seguida basta caminhar uma curta distância e chegar até a Sé Catedral que alberga a Capela-Mor, de estilo barroco, os claustros e as magníficas esculturas e pinturas que mostram bem a transição de estilos e as várias campanhas de renovação, bem como um importante Museu de Arte Sacra.

Depois visite a Igreja do Convento de S. Francisco, o primeiro da ordem criado em Portugal. O edifício atual, terminado durante o reinado de D. Manuel é um dos mais notáveis exemplos do tardo-gótico do Alentejo e uma das maiores igrejas de Portugal, tornando-se Capela Palatina, ricamente decorada pelos maiores artistas da época.

É nesta imponente igreja, no antigo dormitório dos frades, que se localiza a Capela dos Ossos. Lugar de assombro e penitência, construída no século XVII sob o espírito da contra-reforma, as paredes e pilares encontram-se totalmente revestidas com ossos provenientes do cemitério da cidade. Na entrada da capela existe uma inscrição onde lê-se: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. Uma atração um pouco mórbida mas que vale a pena a visita.

No mais é perder-se pelas estreitas ruas medievais da cidade, sentar num café da Praça de Giraldo e tomar uma imperial (chopp) se for verão ou um café se for inverno. Observar as pessoas, ver a vida passar pelos seus olhos numa linda cidade alentejana.

No jantar escolha um dos restaurantes com mesinhas na rua e saboreie a magnífica culinária alentejana, deixo como sugestão um dos meus pratos prediletos em Portugal, a Carne de Porco Alentejana, como o nome já diz o prato é baseado em carne de porco cortada em cubos, acompanhada de batatas e amêijoas. E claro, tudo isso acompanhado de um saboroso vinho alentejano e uma ótima companhia.

COMO CHEGAR:
Partindo de Lisboa pode-se optar por ônibus ou trem. Eu sempre que posso dou preferência para o trem, acho um meio de transporte charmoso e mais amigo do ambiente. De Lisboa há duas partidas diárias do serviço Intercidades para Évora, um bilhete de ida e volta custa 22€ (Agosto/2011) e a viagem dura 01 hora e meia.
Para consultar horários, preços ou mesmo para comprar o seu bilhete basta visitar o site da CP – Comboios de Portugal.